terça-feira, 30 de novembro de 2010

Futurismo

O futurismo foi um movimento artístico com origens italianas que pretendeu atacar o tradicionalismo político e cultural de uma Itália letárgica, e portanto desajustada de um dinâmico início de século.
Marcadamente nacionalista, o futurismo passou por duas fases: a primeira de 1909 a 1916 (ano em que morre o inspirador deste movimento artístico, Boccioni); e a segunda fase (entre 1918 e 1944)  já sobe a orientação de Marinetti que vai conduzir o futurismo a posições irremediavelmente ligadas a um nacionalismo exacerbado. Facto que explica a posterior adopção da estética futurista como arte oficial nacional, por parte de Mussolini. 
Através de uma arte oratória eloquente, baseada na agressividade verbal, os futuristas proferem inúmeros discursos - muitas vezes acompanhados de "ruidismo" -, fazendo a apologia das cidades, da velocidade e da máquina. Para os artistas futuristas, o automóvel de corrida era "mais belo do que a Vitória de Samotrácia", pelo que esta vai ser uma "arte-acção" em que os raios de cores vivas evocam turbilhões de ar provocados pela velocidade das máquinas.
Tal como no cubismo, também os artistas futuristas tentaram exprimir nas suas obras a relação espaço-tempo.  Mas enquanto o pintor cubista circulava à volta do objecto em busca dessa quarta dimensão, os futuristas não pretendem representá-la, mas sim os efeitos do seu ritmo.
Baseando-se nas descobertas de Rontgen sobre os raios X, e nas pesquisas de Muybridge e Maurey sobre a decomposição do movimento, o futurismo tentou desdobrar e multiplicar as formas a fim de sugerir a vertente cinética do tempo e da velocidade.
Quando Malevitch afirmou que "os novos movimentos artísticos só podem existir numa sociedade que tenha assimilado o tempo da grande cidade, a qualidade metálica da indústria", estava-se  no início do século XX,  assumindo-se, então, definitivamente a entrada na "era da máquina". Apesar de se inspirarem na máquina, a originalidade dos futuristas resultou do interesse deles não pela máquina em si  mas pelos seus efeitos, que estes artistas tentaram exprimir, criando a impressão de ritmo e velocidade.
Pelas suas posições nacionalistas e pró-fascistas, e também por assumirem uma postura favorável à guerra, os artistas futuristas foram seriamente criticados por outros artistas. Mas foi a realidade cinzenta das duas Guerras que ajudou este movimento colorido a abandonar um optimismo cego, dissolvendo-se os ideais futuristas num mar de desilusões.
O potencial estético do futurismo reflectiu-se: de modo efémero, na Rússia; no vorticismo; mais tarde no grupo  "Blaue Reiter"; e depois da Segunda Guerra Mundial, com a criação da aeropintura.






Uma corrente artistica muito interessante, nao so por ser abstracto e nos fazer pensar mas tambem pela razao que levaria os autores destas tao monumentais obras a ser apologistas e fazerem a maior questao que estas fossem literalmente destruidas.
Sao obras que efectivamente poderemos considerar relativas, para cada um de nos tera uma ou mais interpretacoes distintas e por isso mesmo ainda suscita mais o meu interesse...
Este movimento artistico influenciou diversos artistas de varias nacionalidades, ate mesmo em Portugal. Como e o caso de Aquilino Ribeiro.
Todos os futuristas queimavam as suas obras e exigiam apos a sua morte para que estas nao fizessem parte do passado, ja que estes se baseavam no futuro e eram crentes no futuro.


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